terça-feira, 5 de julho de 2011

A PORTA


A porta se abre,
A colina está nua com o véu que lhe cai,
E a sombria senhora das brisas gélidas nos toca,
Ah, sinto um frio,
A névoa esvoaça-se sobre a minha alma errante,
E
Conclamo as pegadas que um dia guiaram-me;

Mas de joelhos,
Com a névoa que se escapa da boca deste cardíaco,
Sonho, um dia, quem sabe,
Com a Fullana,
Cheia de emoções,
Cheia de desesperanças,
Mas que agora tem um companheiro mesmo que sem saber;
A divagação faz seu papel,
A alma se torna mais errante;

E a colina? Não sei,
Com esta senhora que estende o seu braço,
Tanto branco e gélido como a neve,
Tanto doce e sutil como o peso do floco de neve,
Que cai,
Cai sem parar,
E quanto aos meus olhos,
Bolsos,
Que se enchem,
Mas de sal e lágrimas,
As brisas douradas vêm e esvoaçam-se;

A divagação some,
A dilatação dos vasos nervosos cessa-se,
A implosão ocorre,
Sem mais, sem menos,
E de repente a porta se fecha.

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