quarta-feira, 23 de junho de 2010

Rapsódia sobre o tema de “Invictus”*


Nos caminhos errantes da alma,
Soergue-se uma força oculta que abate e fere,
Gravemente,
A alma dos homens;
Sentem-se impelidos a buscar a comodidade
E a luxúria do apoio, aparentemente desconexo,
Daqueles que fortes proclamam-se;
Reinvidicam o poder do ultimo gole de vinho, mas,
No entanto, apunhalam-se, engalfinham-se mais.

Tudo está perdido como a saída inexistente do poço seco,
Sem água,
Gradativamente os homens sentem-se pequenos,
Esmagados, dilacerados;
Não compreendem que o fim, em sua ânsia,
Espreita-os com um leve sorriso.

O grande poder proclamado observa,
Com grande serenidade,
O amargo sangue escorrer pelas narinas;
A energia esvai-se, o paradigma é destruído,
Os joelhos no chão.

O gosto da perda torna-se mais intenso,
E agora, o fim está próximo;
As cabeças, chocalhos,
Os corpos, carnes dilaceradas,
As almas, errantes,
O fim, próximo, mas digno;
Minimamente restam-lhes alguns segundos.


Como a luzes que se acendem,
Como a energia que volta,
Levantam-se e finalmente percebem,
Apesar de tudo,
O “mundus invictus” que carregam dentro de si e
De como podem sim proclamar:
Sim, nós podemos,
Sim, nós somos capitães de nossas almas.





*Poema “Invictus” de William Ernest Henley, escrita em 1875 e primeiramente publicado em 1888. Ele foi escrito quando Henley estava internado e acamado num hospital.