terça-feira, 2 de agosto de 2011

Do pó virá o pó e transformar-se-á em ossos,
Que se chacoalharão dentro de um saco de pele, carne e sangue;

Não é verdade que o esqueleto sustentará uma estrutura pobre,
Sem alma e sem dor,
Sustentará, sim, a amarga estrutura de agonia,
Com uma alma dilacerada,
Com dor que lhe invadirá sem pudor ou licença;

Viver com a sensação de procura...viver?
Quem vive do gosto amargo do vomito e da saliva a escorrer
Realmente é um nato sobrepujado pela vergonha e pela miséria,
Quem vive do gosto da mentira e da calúnia
Realmente é um nato rato da discórdia;

Aliviando a divagação deste pobre saco de pele, carne e sangue,
Surge uma estafaca que lhe invade as entranhas,
O vento sopra e introduz uma serena harmonia,
Um brilho reluzente e o fóton se perdem atrás da colina;

De repente quando menos se espera,
Um terrível frio invade lhe o corpo
E
Traz consigo um forte calafrio,
Do fim e do descanso;

O vento continua a cantar e a entoar cânticos obtusos,
As diagonais do Universo Fantasma surgem,
Vozes, antes interrompidas, surgem novamente,
E a estrutura pouco a pouco se desmorona;

Do pó virá o pó,
Mas depois de tudo, da dança da miséria,
Da dança da discórdia,
O pó virar-se-á pó,
Pois o pó reinvidicará o pó.