terça-feira, 25 de novembro de 2008

Alma Errante

Por via de regra,
Seguimos alguns direcionamentos,
As “Regulae” de Descartes estavam corretas ao direcionamento, ao empirismo,
Mas na virada,
Quando a vanguarda secreta que rege a interação,
Quando a força cósmica da paixão fez seu papel,
A minha alma se perdeu,
Passando a ser uma alma errante,
Que vaga pelos caminhos longínquos,
Que erra ao tentar encontrar, em vão,
As “Regulae”,
Não existem regras,
Não existem postulados,
Não existem leis,
O que existe é a vontade da paixão,
O que existe é a força do Destino,
Ah, os três mágicos toques metálicos de Verdi,
Faz nos desviar, os nossos olhares,
Quase fúnebres,
Sem brilhos, sem vidas,
Elementos de uma alma, de fato, errante,
Mas em vão;

Qual a essência que se remonta nesta minha alma errante?
Caminhamos,
Deparamos-nos com duras paredes,
E
Com a adaga em mãos,
Erro, com a minha alma,
Nestas terras que um dia abrigaram outras almas errantes;

Pergunto onde estará Panacéia?

O Ímpetus que Rege a Interação entre Duas Almas Errantes

Duas almas errantes vagam em busca de seus nortes,
Norte, em transição, na mais escura matéria da nossa alma,
Caminham serenamente ao acaso,
Equações estão impossibilitadas de quaisquer previsões
E
Assim, desviam os seus olhares para sentidos distintos,
Erram em caminhos longínquos,
Espreitam-se ao sabor dos ventos que sopram
E
Que criam as mais secretas brisas dos oceanos;

Mas que de repente surge uma força, aparentemente, fugaz,
Cria-se uma interação serena, secreta,
Tão sutil, Tão febril,
Como um sorriso,
Como um olhar maciço,
As escaladas das montanhas do momento principal
Mudam suas rotinas
E
O ímpetus se cria,
Como se cria uma paixão ardente,
Repentinamente;

E passa-se a conceber uma interação,
Que surgiu após este ímpetus,
O ímpetus que rege a interação entre duas almas errantes,
As almas errantes, outrora, que desdenhavam em suas procuras e dores,
E
Que agora tem uma à outra,
Alavancam uma força extraordinária,
Como a do destino,
E
Que perceberam que os seus caminhos agora estão entrecruzados,
Ora,
Mas que ímpetus é este?

Erram de mãos dadas,
Erram em busca de um norte comum,
Tais almas, fantasmas, seriam inquebráveis?
Pensam, examinam
E
Concluem
Que não existe maior ímpetus do que este,
Não existe maior ímpetus do que a vontade da paixão,
Não existe maior ímpetus do que a força do destino,
Neste momentum continuum,
O fluxum delirium
Executa os mais secretos comandos,
Este é o ímpetus que rege a interação entre duas almas errantes
Que um dia se “encontraram”
E
Resolveram seguir este ímpetus chamado fluxum delirium.

Todos os Dias

Todos os dias começam com a manhã que chega,
Todos os dias, acordo, desperto,
Todos os dias, eu levanto e saio,
Todos os dias seguem ao sabor dos passos automáticos,
Todos os dias são formados por horas, minutos, segundos,
Todos os dias são formados por eventos singulares e não singulares,
Todos os dias, os meus pensamentos conexos e desconexos se formam,
Todos os dias se perdem em meus pensamentos,
Todos os dias, as minhas angústias me surpreendem,
Todos os dias, eu examino e reexamino os meus atos,
Todos os dias, eu percorro, por tentativas e acertos, os caminhos,
Todos os dias, eu erro tais caminhos,
Todos os dias, eu, esporadicamente, acerto tais caminhos,
Todos os dias, eu vivo um pouco,
Todos os dias, eu morro um pouco,
Todos os dias, eu calculo probabilidades,
Todos os dias, volto à estaca zero,
Todos os dias, eu sinto saudades de você,
Todos os dias, eu penso em você,
Todos os dias, eu sinto cada vez mais esta paixão,
Todos os dias, eu sinto cada vez mais a força das batidas do coração,
Todos os dias, eu ouço esta música,
Todos os dias, eu sinto a cegueira se desabrochar em minha alma,
Todos os dias são todos os dias,
Todos os dias, eu espero por outros dias,
Todos os dias, eu espero os dias se passarem,
Todos os dias, os dias se passam,
Todos os dias se findam com a noite que chega,
Todos os dias se começam com a manhã que chega,
E esse ciclo acontece todos os dias.

A Força que Faz Você se Mover

A força que faz você se mover
Não está na Força do Pensamento,
E sim na Força da Emoção,
Os trilhares de impulsos nervosos que percorrem
Os condutores elétricos do corpo
De nada adiantam, se você não tem um coração,
Central de emoções,
É ele que impele as mais recônditas vontades
E
Quimeras,
É ele que te indica a estrela mais brilhante,
Clareia-se na minha alma
A idéia de que o sentimento sobrepuja a razão,
Alegria,
É a tal Força da Emoção,
Vontade é a tal Força da Emoção,
Sentimento Mágico é a tal Força da Emoção,
Paixão é a tal Força da Emoção,
Por que negar a Alegria?
Por que negar a Vontade?
Por que negar o Sentimento Mágico?
Por que negar a Paixão?
Danças ocorrem há todos os instantes,
Bambolês são jogados para cima e para baixo,
As músicas tocam,
A Força da Emoção surge de forma avassaladora,
Através de uma Força Cósmica e Secreta,
Que está sempre à espreita,
Suga-nos ao mesmo tempo
Que
Alimenta as nossas almas,
Paradoxal;

É que a força que faz você se mover
Não está na Força do Pensamento,
E sim na Força da Emoção,
Os trilhares de impulsos nervosos que percorrem
Os condutores elétricos do corpo
De nada adiantam, se você não tem um coração,
Central de Emoções e de suas respectivas Forças,
É ele que impele a tudo e a todos,
É ele que nos faz mover
As peças deste xadrez cósmico,
É ele que nos faz sentir,
É ele que faz, de fato, nos mover.

O Apontador de Lápis Abandonado em Cima da Mesa

Ao perceber as entidades que estavam alheias ao meu redor,
Deparei-me com um apontador,
De início, estava alheio também, mas logo, percebi que a sua
Longa espera e a sua presença inusitada
Não estavam ao acaso abandonadas,
Mas o que faria este apontador,
Numa posição de abandono?
O que faria este apontador, numa deslocada presença?
Ao examinar as entidades,
Elas deixam-se transparecer,
Deixam-se medir ao sabor das circunstâncias,
E logo percebemos
Que
As suas presenças não são tão ao acaso;

Mas este apontador intriga a minha alma,
Com a sua presença inexplicável,
Com a sua presença deslocada,
Com a sua presença misteriosa;

A certeza primeira é que se encontra em estado de solidão;

Solitário, espera,
Que alma hedionda tê-lo-ia deixado aqui?
Mas a outra certeza única é que só lhe resta esperar,
Só lhe resta permanecer alheio,
Até o instante em que se revelar,
Pelo misterioso ato da redenção,
A sua essência,
A sua serventia,
A sua glória.

Simbiose

A relação intrínseca de mútua cooperação de destruição;
Dão as mãos, caminham,
Atuam em algum sistema para destruí-lo
Mas
Não se destroem.
Por quê?

Examinemos a questão da dor e da paixão
Que
Atuam na alma.
Seria a questão uma simbiose perfeita?
Dor e paixão andam de mãos dadas,
Atuam na alma, tornando-a errante,
Fazem tendê-la para a sua destruição,
Mas não se destroem mutuamente,
Percebemos a mútua cooperação;

Não poderíamos imaginar
A existência de paixão e dor sem uma à outra,
A força da paixão move a dor e a força da dor impele a paixão,
Questiono aqui se existirá algum ser
Que
Um dia sentiu a paixão sem a presença sorrateira da dor,
Mas enfim,
Terminemos por aqui,
Com a única certeza de que paixão e dor formam uma interação
Na alma, errante,
Eis a simbiose!

A Força do Pensamento - Segunda Versão

A força é uma entidade vetorial física,
Que se resulta da interação entre dois ou mais corpos
De diversas propriedades,
Ora o que impele, portanto, o comportamento de tais corpos;

Mas e a Força do Pensamento?

Sais, íons, eletricidade, elétrons, reações químicas,
Impelem os impulsos nervosos
Que percorrem as células com as suas ligações intrínsecas,
Os impulsos elétricos percorrem cadeias
De número incontável
E,
Secretamente,
Produzem a cura de quaisquer dores espirituais,
Movem a Força da Paixão,
Movem o que não se pode mover,
Pela Força do Pensamento os fenômenos serão contrariados,
As teorias físicas perderão seus sentidos,
As árvores sorrirão,
Tudo ocorrerá e tudo poderá estar ao alcance,
Pela Força do Pensamento realidades virarão sonhos
E
Poderão ser exterminados,
Pela Força do Pensamento auroras riscarão os céus
E
Tudo será imbuído
De um só sonho e de um só pensamento.

A força do Pensamento - Primeira Versão

A força é uma entidade vetorial física,
Que se resulta da interação entre dois ou mais corpos
De diversas propriedades,
Ora o que impele, portanto, o comportamento de tais corpos;

Mas e a Força do Pensamento?

Impele a alma, o espírito,
Os devaneios, a dor, a angústia,
Mas também a paixão,
Pela Força do Pensamento podemos nos curar
De quaisquer dores espirituais,
Pela Força do Pensamento interagimos com a Força da Paixão,
Passam a atuar como uma única Força Resultante,
Pela Força do Pensamento o que não se move pode se mover,
Pela Força do Pensamento os fenômenos serão contrariados,
As teorias físicas perderão os seus sentidos,
Pela Força do Pensamento as árvores sorrirão,
Pela Força do Pensamento tudo ocorrerá,
E tudo mais poderá estar ao alcance,
Pela Força do Pensamento realidades virarão sonhos
E
Poderão ser exterminados,
Pela Força do Pensamento auroras riscarão os céus
E
Tudo será imbuído
De um só sonho e de um só pensamento.