A conjectura soberba e fugaz domina qualquer entidade;
Não poderemos nos ajoelhar diante Dele
E dizer: fiz porque me mandaram, fiz porque me fizeram fazer;
Mas como? Se a alma, mesmo que errante,
Pertence a si mesma e não a ninguém mais?
A voz que ecoa dentro de ti
Nada mais é do que o Gênio Maligno que te atormenta,
Obriga-te a lamuriar e a sobrepujar,
Nada mais importa senão a velha rotina mundana,
Perdida,
Medíocre;
Nada mais importa senão o livre arbítrio
Que
Não é tão livre assim.
Sim,
A voz te obriga a conjecturar,
A voz te obriga a suportar tantas e tantas lágrimas
Que
Rolam-se no semblante vazio,
A voz te obriga a ouvir o tilintar dos tic – tacs
Daquele velho relógio que dependurado, e à espreita,
Observa com a sua face alheia o dilatar dos vasos nervosos;
Com a face voltada para a Lua,
Cheia,
Cavalgo nesta aventura que é o de respirar;
Ao meu lado um fóton,
Que ao atirar-se na brecha da colina,
Desapareceu;
Agora,
Chegada a minha hora,
Nada mais faço senão ajoelhar-me diante de Ti
E
Dizer: fiz porque me mandaram, fiz porque me fizeram fazer,
Nada me resta senão conjecturar
E
Perceber que nada mais fiz e nada mais sei do que ser um perdido espaço vazio.
Um comentário:
Fantástica Poesia, parabéns!
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